Entre os dias 26 de junho e 1 de julho de 2022, decorreu mais uma mobilidade relativa ao Projeto Educa+, programa Erasmus+, promovido pela OesteCIM. Nesta mobilidade participaram oito docentes de diferentes áreas disciplinares, ciclos e escolas, nomeadamente, Escola Secundária de Peniche, Agrupamento de Escolas D. Lourenço Vicente (Lourinhã), Agrupamento de Escola de Atouguia da Baleia e Agrupamento de Escolas Joaquim Inácio da Cruz Sobral (Sobral de Monte Agraço) e Agrupamento de Escolas de Peniche.
No âmbito deste projeto, foram visitadas várias organizações de ensino, públicas e privadas, de diferentes níveis de ensino.
A primeira escola visitada foi o Colegio Luz Casanova, escola com contrato de associação, que recebe alunos dos 3 aos 16 anos, e está situada numa das zonas mais desfavorecidas da comunidade de Madrid (Usera), onde fomos muito bem recebidos e onde se percebe que todos os espaços são de aprendizagem: corredores, escadas, as paredes, as salas, etc. As metodologias assentam sobretudo na metodologia de projeto e da identificação precoce dos diferentes tipos de inteligência, no sentido de os potenciar.
Seguidamente visitámos a escola profissional IES Santa Engracia, situada num antigo palacete doado ao Município, para fins educativos, e onde funcionam cursos profissionais de nível básico e secundário, em áreas do têxtil, da estética, imagem e da comunicação. Os cursos, com duração de 2 anos, em modalidade presencial e à distância, focam-se essencialmente na componente tecnológica e preparação para o mundo do trabalho, estando os espaços formativos equipados com variedade e quantidade de recursos afetos a cada um dos cursos. Os cursos realizados à distância são orientados por um professor tutor que, uma vez por semana, tem hora marcada para apoio síncrono com os seus alunos.
Ainda dentro do universo escolar, visitámos o Instituto San Mateo – Bachillerato de Excelencia, uma escola pública de nível secundário (2 anos) cuja função é preparar os alunos para o ensino universitário, selecionando-os exclusivamente pelo seu mérito académico. A seleção dos alunos faz-se através da classificação obtida no nível anterior, sendo a nota mínima de 8, numa escala de 0 a 10. A salientar que a escola oferece quatro cursos: um de Letras e três de Ciências, que a manhã é dedicada a aulas para cumprimento do currículo nacional e obrigatório e as tardes são ocupadas com oficinas de estudo - teatro, música, física e química, entre outros, escolhida pelos alunos. O diretor desta escola considerou que existe uma competitividade sã, porque os alunos se entreajudam, particularmente em época de exames.
Já fora do universo escolar, mas ligado aos jovens ao universo educativo, visitámos um dos sete Centros que o município tem em Madrid, neste caso o Centro Juvenil Chamberi, cujo projeto se se iniciou há dez anos e se dedica à ocupação de tempos livres e orientação para o emprego de jovens entre 14 e 30 anos, particularmente oriundos da América Latina. Como exemplo dos projetos aqui desenvolvidos, salientamos os seguintes: teatro, cozinha, trabalhos manuais, ambiente, projetos sociais e “dias assinalados”.
Ao longo das visitas, percebemos que a organização do sistema de ensino espanhol difere do português, nomeadamente no que concerne à divisão e duração dos ciclos de ensino, à duração da escolaridade obrigatória e à escala de avaliação.
Era ainda objetivo desta mobilidade o enriquecimento sociocultural dos participantes, pelo que ainda tivemos a oportunidade conhecer melhor os locais mais icónicos da Madrid, assim como vários museus (Prado, Rainha Sofia, Thyssen-Bornemisza e Nacional de Arqueologia).
Foi particularmente gratificante a relação que se estabeleceu entre todos os docentes, o que permitiu a partilha das realidades das diversas escolas da zona Oeste que participaram nesta mobilidade. Ficou a convicção de que a troca de experiências entre os diferentes ciclos e entre as diferentes escolas é determinante para uma melhor qualidade do ensino.
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